Demo Blog

29 de outubro de 2010

Hoje acordei e nada vi ou senti, nada que pudesse tornar minha existência melhor ou pior...é isso que o tempo faz, ele não somente afasta, ele cala, não difere sentimentos, ele apenas os acalma, e a tal ponto, que ninguém consegue enxergar a necessidade de retribuição ou a confiança necessária para mostrá-los.
O tempo nos torna tementes a nossos maiores anseios, faz com que a cada dia tenhamos mais medo de vivenciá-los, nos torna escravos da insignificância.

Lembro de um sonho, aliás, não sei se foi real ou apenas fruto da minha imaginação, é claro, dos meus sentimentos carentes e fantasiosos. No sonho, você estava a minha espera, seus olhos brilhavam, havia um sorriso em sua face, raios de sol iluminavam seus cabelos e o vento os soprava contra seu rosto, você me abraçava, me apertava forte, esperava eu dizer que estava machucando para soltar, eu estava segura...

...

Mas é preciso aceitar, é expresso a cada segundo, independente do meio, que devemos continuar nossas vidas separadas, que nada mudará, nada será esquecido, nada será diferente ou terá outro início.
Não foi em vão, da minha parte não há arrependimentos.

Será preservado com a beleza restante, antes que seja sujeito ao ódio e a mais mágoas. Tudo o que idealizei, tudo o que desejei, cada pequena coisa que acreditei ser verdadeira será guardada.

Posso tentar mentir para mim mesma, mas sempre saberei o que realmente senti, e mesmo que eu não assuma, será eterno dentro de cada instante dedicado à sua contemplação.

Desse modo, deixarei tudo para trás, tudo o que se foi, tudo o que não teve a oportunidade de acontecer, deixo aqui um pedaço mim, pedaço este, pelo qual não tenho mais forças para lutar.

Será melhor dessa forma, estará estagnado, e independente do tempo ou espaço, quando novamente nossos olhos se encontrarem, ainda poderemos senti-lo, mesmo que distante, mesmo que perdido...nada mais.

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All your blood

27 de outubro de 2010

O descontentamento se tornou contínuo,
A solidão perpetua cada decepção e acentua as tristezas já vividas,
O vazio, já considerado o êxtase do sentir, não mais habita em seu amante
E o breu que outrora dilacerou almas, hoje, é apenas mais um sentimento qualquer e só.

Eu quero a dor incandescente que fuzila e deteriora a tudo o que a envolve.
Quero a angústia da imersão dos sentidos e vontades perante a negação.
Quero o poder de rasgar o que sou e verter o veneno destilado e irracional novamente a mim.

Arrancar os ínfimos sentimentos que ainda restam e inserir o irrefutável desgosto pela vida,
Quero o eco de tudo o que se teme eclodindo em minha mente,
Quero o olhar impassível e sem piedade,
Quero a fúria...

E assim, estarei completa.
Pois tudo que se despreza, é em que regozijo,
É o que sou.
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